É preciso viver sob a perspectiva da eternidade
Platão (Fédon)
por Alexsandro M. Medeiros
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postado em dez. 2017
atualizado em dez. 2025
O surgimento da filosofia na Grécia Antiga e o próprio sentido da palavra filosofia nos revelam uma certa filiação do pensamento filosófico ao pensamento espiritual. “Ao longo da história, pelo menos desde a Grécia antiga, a exploração filosófica e científica tem se mostrado intricada de modo complexo com a R/E [religião/espiritualidade]” (Moreira-Almeida; Lucchetti, 2016, p. 54).
Há que se considerar que a filosofia grega foi precedida de uma mitologia, uma forma de conhecimento que se baseava na ideia de que a ordem do mundo se devia aos deuses. “A ideia de uma ordem do mundo, de um cosmos ao qual o homem deve se conformar, foi prefigurada pela religião. É precisamente essa ideia de uma ordem do mundo que a filosofia tentará explicar” (Grondin, 2010, p. 38 – grifos no original, tradução nossa).
A filosofia grega surge do reconhecimento de um cosmos ordenado, regido pela razão. Mas a ideia religiosa não será totalmente rechaçada da filosofia, como geralmente se diz que a filosofia nasce a partir da ruptura com os mitos. Haverá sim, em certa medida, uma ruptura, mas não completamente. Os primeiros filósofos vão romper com uma certa forma sobrenatural de explicar os fenômenos da natureza, mas nem por isso irão deixar de acreditar que existe uma ordem na natureza e de que essa ordem é proveniente de algo transcendente. Como destaca Grondin (2010), o primeiro destes filósofos, Tales, ao mesmo tempo em que tentou explicar o princípio das coisas a partir de um elemento natural (a água), também sustentava que todas as coisas estão cheias de deuses. Tales não é o único a pensar a realidade transcendental. “A doutrina de Parmênides, assim como o pensamento heraclitiano sobre o logos, demonstra que os filósofos podiam apropriar-se de sua tradição religiosa com grande liberdade” (Grondin, 2010, p. 62, grifo do autor).
Quando perguntaram a Pitágoras se ele se considerava um sábio, o mesmo teria respondido negativamente. Ele não se considerava um sábio, mas sim, um amigo (philos) da sabedoria (sophia). Alguém que deseja alcançar essa sabedoria e essa busca trazia implícita em si um elemento religioso e espiritual. Basta lembrar que Pitágoras, que viveu por volta de 500 anos antes da era cristã, foi o fundador de uma comunidade religiosa e que defendia, dentre outras coisas, a imortalidade e a transmigração (reencarnação) das almas. Pitágoras: “fundou uma escola para iniciados, e defendia uma doutrina mais religiosa que filosófica. A doutrina era considerada secreta, e a transgressão desta norma acarretava a excomunhão” (BORNHEIM, 2000, p. 47). Pitágoras fundou sua escola em Crotona cujo magistério
ordenava-se em dois níveis, os mestres e os aprendizes, ou, como Porfírio diz, os Matemáticos (Professores) e os Acusmáticos (Ouvintes). Tinham os primeiros, conhecimento exaustivo do pitagorismo; tinham os segundos, acesso aos manuscritos e aos ensinamentos exotéricos, desconhecendo em absoluto os conhecimentos esotéricos e passíveis de apropriada iniciação (GOMES, 1994, p. 49 – na doxografia: Porfírio, Vida de Pitágoras, 37).
Pitágoras não deixou nada escrito e por isso não é fácil afirmar com certeza o que de fato ele defendia. Só nos resta os relatos dos seus discípulos sobre as ideias de seu mestre. De acordo com a doxografia referente a Pitágoras (os escritos de autores posteriores que falam à respeito de Pitágoras) tem-se: “O que Pitágoras dizia a seus discípulos, ninguém pode saber com segurança [...] Contudo, eram especialmente conhecidas, conforme o juízo de todos, as seguintes doutrinas: 1) a que afirma ser a alma imortal; 2) que transmigra de uma a outra espécie animal [...]” (Bornheim, 2000, p. 48).
Hobuss (2014, p. 34) destaca duas vertentes principais do pitagorismo: “o seu caráter de seita religiosa, provavelmente seguindo o modelo dos cultos dos mistérios, mais especificamente do Orfismo (DL VIII 8), com seus preceitos místico-religiosos, e sua contribuição especialmente filosófica”. A doutrina pitagórica, ou mais precisamente órfico-pitagórica (referente a Orfeu e Pitágoras) foi uma das grandes influenciadoras de um dos mais renomados filósofos gregos de que temos notícia: Platão.
Diferente de Pitágoras, temos muitas obras que foram escritas por Platão. Embora a principal preocupação de Platão tenha sido a divulgação das ideias do seu Mestre, Sócrates, é possível vislumbrar algumas ideias que são de sua autoria. A famosa Alegoria da Caverna é o exemplo mais claro e simples de como Platão acredita em uma realidade além do mundo material, que ele chamou de mundo das ideias (saiba mais em: A Teoria das Ideias e a Dialética). O mundo no qual vivemos não passa de uma cópia imperfeita e mutável do mundo das ideias. A alma, que é imortal, contempla o mundo das ideias antes de nascer mas essa contemplação fica gravada apenas na alma, como ideias inatas, e por isso o filósofo defende a possibilidade da reminiscência, quando, de alguma forma, o homem pode recordar aquilo que existe no mundo das ideias perfeitas, eternas e imutáveis.
Platão fez duras críticas aos poetas, como Homero e Hesíodo, não porque ele não acreditasse na existência de divindades, mas sim, pela forma errônea com que tais poetas retratavam os deuses. Na sua obra A República, Platão irá dirigir duras críticas a tais relatos.
Consideremos as histórias de Homero e Hesíodo, que atribuem misérias humanas aos deuses, demasiado humanas, levando-nos a crer que houve uma guerra entre eles e que Cronos mutilou seu pai Urano antes de ser banido para o Tártaro por seu filho Zeus. São estes comportamentos que podemos atribuir a seres imortais? (Grondin, 2010, p. 71-72, tradução nossa).
Eis a razão pela qual Platão foi levado a censurar os poetas que escreveram tamanhos absurdos sobre os deuses. Se por um lado os deuses eram assunto para os poetas, como na Teogonia de Hesíodo, agora os filósofos também deveriam tratar do tema, originando assim uma Teologia.
Do ponto de vista religioso, podemos destacar ainda como, nas obras de Platão, há inúmeras referências sobre o destino das almas depois de sua morte:
as almas deverão então comparecer perante um tribunal estabelecido por Zeus, onde serão julgadas por juízes imparciais. Serão despojadas de seus corpos para que não sejam julgadas com base nas roupas que vestem ou no prestígio a elas associado. Apenas o bem ou o mal que praticaram será levado em consideração. As almas boas serão enviadas para a Ilha dos Bem-Aventurados, o equivalente a um paraíso, enquanto as demais serão enviadas para a região subterrânea do Tártaro, onde algumas serão consideradas curáveis, outras incuráveis, e receberão as punições correspondentes (Grondin, 2010, p. 69, tradução nossa).
Em Platão encontramos ainda mais do que uma mera concepção racional da realidade transcendente. Ele pode ser considerado fundador de conceitos que tratam da experiência mística dessa realidade.
Platão sabe, portanto, que a argumentação filosófica não é o único caminho que leva a essa realidade. A ascensão à realidade superior também carrega consigo um certo erotismo. Através do amor, que é um delírio que vem dos deuses (Fedro, 245b), nos encontramos fora de nós mesmos, em transe (manía), porque somos transportados para outra realidade. Todo a mística se baseará nessas passagens (Grondin, 2010, p. 70, tradução nossa).
Eis porque podemos dizer que, “por meio de seu pensamento e conceitos, Platão é o pensador que exerceu a influência mais profunda sobre o pensamento do divino, da religião e da transcendência” (Grondin, 2010, p. 63-64, tradução nossa).
As escolas filosóficas do período do helenismo discutem abertamente questões religiosas. Cada uma das escolas deste período tem como um de seus objetivos principais a busca pela tranquilidade da alma, a ataraxia, e a filosofia é vista como uma busca pela felicidade (eudaimonia). “Cada escola proporá seu próprio caminho e seus próprios ‘exercícios’ espirituais, que visam nos distanciar das coisas que não podemos mudar e direcionar nossa atenção para a realidade mais essencial” (Grondin, 2010, p. 86, tradução nossa). A filosofia se confunde com a religião pois ambas devem conduzir a uma forma de felicidade.
O filósofo Sêneca, que viveu em Roma nos primeiros anos da era cristã, embora não se tenha proposto a definir Deus (quem ousaria definir Deus?), acredita na onipresença da divindade e em sua última epístola do livro V das Cartas a Lucílio encontram-se inúmeras frases que fazem referência a divindade: “Entre elas, convém destacar a célebre – “’deus está perto de ti, está contigo, está dentro de ti’” (apud Miotti, 2014, p. 176). Ou ainda: “Na verdade, um homem bom, sem deus, não é ninguém: ou poderia alguém resistir às vicissitudes do destino, se não com a ajuda dele? Ele nos dá conselhos magníficos e acertados. Em cada um dos homens bons mora um deus (mas é incerto quem ele seja)” (apud Miotti, 2014, p. 177).
Filosofia na Idade Média
A questão espiritual irá permanecer viva nos debates filosóficos durante todo o período da Idade Média, sobretudo por causa do cristianismo, mas também aparece presente no pensamento teológico dos árabes, Avicena e Averróis, e no judaísmo de Maimônides.
Na Idade Média encontramos a origem do sentido etimológico da palavra religião, como o de religare. “É a que propôs Lactâncio (cerca de 250-325), apologista cristão do século III, nas suas Divinae Institutiones, III, 9 [...] Lactâncio deriva religio do verbo religare: religar (ligare: ligar)” (Grondin, 2010, p. 98, grifos do autor, tradução nossa). A religião se converte em uma re-ligação do homem com Deus. É essa concepção que irá influenciar Santo Agostinho, para quem o vínculo do homem com Deus foi perdido, por causa do pecado original e, por isso, é preciso restabelecer esta ligação.
Uma das questões centrais da Idade Média era a de justificar racionalmente a existência de Deus ou os dogmas da fé cristã, ou ainda demonstrar a possibilidade de conciliar fé e razão, ou seja, teologia e filosofia. Essa questão estava longe de ser unânime e encontramos entre os teólogos, seja da patrística ou da escolástica, aqueles que defendem a possibilidade de conciliação e aqueles que veem impossível justificar racionalmente os dogmas da fé. Um exemplo claro de tentativa de provar racionalmente a existência de Deus temos no monge beneditino Santo Anselmo, arcebispo de Cantuária entre 1093 e 1109.
Como ele mesmo declara no prólogo de seu Monológio que veio a escrever esta obra devido a insistência de seus alunos, para transcrever, em forma de meditação, ideias concernentes a essência divina e questões ligadas a este assunto e isto, sem recorrer, em absoluto, à autoridade das Sagradas Escrituras, mas demonstrado por encadeamento lógico e racional. Assim, toda sua obra é um esforço racional para demonstrar, usando apenas a razão, que existe algo sumamente bom, grande e superior a tudo o que existe. Suas obras são tentativas de demonstrar a existência de Deus, seja utilizando argumentos a posteriori, quer dizer, dos efeitos para a causa (Monológio), seja a priori (prova ontológica do Proslógio – sua outra obra que é uma espécie de continuidade da primeira). Nesta obra Anselmo (1973, p. 103) pretende
encontrar um único argumento que [...] permitisse demonstrar que Deus existe verdadeiramente e que ele é o bem supremo, não necessitando de coisa alguma, quando, ao contrário, todos os outros seres precisam dele para existirem e serem bons. Um argumento suficiente, em suma, para fornecer provas adequadas sobre aquilo que cremos acerca da substância divina
Filosofia Moderna
Embora a Idade Moderna seja vista muitas vezes como uma época de conflito com a tradição medieval, isso não significa dizer que a questão espiritual foi deixada de lado pelos filósofos. O pai da filosofia moderna, René Descartes, escreveu uma obra cujo principal propósito era provar a existência da alma e de Deus. Sua famosa Meditações Metafísicas apresenta argumentos lógicos, sem utilizar o recurso da fé, para chegar a uma compreensão racional da existência da alma, deste ser que pensa, e da existência de Deus.
A questão de Deus e da alma são questões essenciais que devem ser demonstradas antes pela razão natural e pela filosofia que pela teologia, diz Descartes. Através da fé, acredita-se que há um Deus e que a alma humana não morre com o corpo, todavia, o filósofo francês acredita poder demonstrar que estas questões, da alma e de Deus, também podem ser provadas à luz da razão natural.
Assim como Santo Anselmo, Descartes também formulou uma prova a posteriori (Terceira Meditação) e outra a priori (Quinta Meditação) da existência de Deus. A partir da análise das ideias inatas, na terceira meditação, Descartes supõe que a ideia “pela qual eu concebo um Deus soberano, eterno, infinito, imutável, onisciente, onipotente e criador universal de todas as coisas que estão fora dele” (Descartes, 1991, p. 185, § 15) tem em si mais realidade objetiva do que as substâncias finitas que nos são apresentada. Grosso modo, para Descartes, as ideias de um Deus eterno, infinito, imutável, são como que a marca do Criador na criatura e são inatas, ou seja, nós já nascemos com elas. Já na quinta meditação Descartes acredita que a existência de Deus não pode ser separada de sua essência, assim como da essência de um triângulo retilíneo, a grandeza de seus três lados é igual a dois retos. É impossível conceber um Deus, soberano e perfeito, ao qual falte a existência.
Concluindo no que diz respeito ao filósofo francês, tudo o que se pode saber de Deus pode ser mostrado por razões que não precisam ser buscadas em outro lugar que não em nós mesmos e o nosso espírito é capaz de o fornecer, e este é o objetivo de Descartes com sua obra.
Pertencente a mesma escola racionalista de Descartes, o filósofo alemão Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) é o autor da concepção de que o universo é formado por mônadas – “princípio de força e atividade” (Antiseri; Reale, 2005, p. 49) – da qual “Deus é a unidade ou mônada primitiva, a substância originária simples” (Antiseri; Reale, 2005, p. 48). Deus é o fundamento da harmonia preestabelecida do universo, o único Ser necessário (e não contingente) que existe, o Criador do mundo (do melhor dos mundos possíveis).
Deus é o ser necessário [...] para prová-lo, Leibniz, entre outras coisas, adota o argumento ontológico de Descartes, segundo o qual o perfeito deve necessariamente existir, caso contrário não seria perfeito. Além disso, Deus é necessário porque, nele, essência e existência coincidem (Antiseri; Reale, 2005, p. 56).
E mesmo no Iluminismo, onde encontramos de maneira ainda mais evidente a crítica a instituição religiosa, sobretudo a Igreja Católica, temos pensadores que, sem negar a existência de um Ser Supremo, adotam, contudo, uma versão diferente daquela propagada pela Igreja. São os chamados deístas – conforme “a distinção estabelecida entre D. [Deísmo] e teísmo por Kant (Crít. R. Pura, Dialética, cap. III, seç. VII)” (Abbagnano, 2007, p. 238) –, dentre os quais podemos destacar Rousseau e Voltaire. O Deísmo consiste em uma
Doutrina de uma religião natural ou racional não fundada na revelação histórica, mas na manifestação natural da divindade à razão do homem. O D. [Deísmo] é um aspecto do Iluminísmo (v.), de que faz parte integrante [...] Note-se, porém, que em relação ao conceito de Deus nem todos os deístas estavam de acordo. Enquanto os deístas ingleses atribuem a Deus não só o governo do mundo físico (a garantia da ordem do mundo), mas também o do mundo moral, os deístas franceses, a começar por Voltaire, negam que Deus se ocupe dos homens e lhe atribuem a mais radical indiferença quanto ao seu destino (Traité de métaphysique,9). Todavia, a "religião natural" de Rousseau é uma forma de D. mais próxima da inglesa porque atribui a Deus também a tarefa de garantir a ordem moral do mundo (id., ibidem, p. 238).
Filosofia Contemporânea
A contemporaneidade é, talvez, a época em que o ceticismo e as incerteza se fizeram de maneira mais evidente na filosofia. Mesmo assim as ideias espiritualistas se fizeram, de alguma forma, presentes, embora em menor escala. É o caso do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941).
A formação intelectual de Bergson – “o Davi destinado a matar o Golias do materialismo” (Durant, 1996, p. 331) – deu-se numa época em que predominavam as teses materialistas, evolucionistas e deterministas. A resposta de Bergson é uma concepção espiritualista de evolução se opondo a todos os que pretendiam reduzir o psíquico ao meramente cerebral. Bergson exalta e inova a metafísica, ampliando o domínio da investigação psicológica eu profundo e sua obra As duas fontes da moral e da religião, aborda aspectos filosóficos e temas como a metafísica, a religião, a vida social e a antropologia filosófica.
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. Tradução de Alfredo Bosi. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
ANSELMO, Santo; ABERLADO, Pedro. Monologio; Proslogio; A verdade; O gramatico. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os Pensadores)
BORNHEIM, Gerd A. (org.). Os Filósofos Pré-Socráticos. 14. ed. São Paulo: Cultrix, 2000.
DESCARTES, René. Discurso do método; As paixões da alma; Meditações metafísicas; Objeções e Respostas. Introdução de Gilles-Gaston Granger; tradução de J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991. (Coleção Os Pensadores).
DURANT, Will. A História da Filosofia. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996.
GOMES, Pinharanda. Filosofia Grega Pré-Socrática. 4. ed. Lisboa: Guimarães Editores, 1994.
GRONDIN, Jean. La Filosofía de la Religión. Traducción de Antoni Martínez Riu. Barcelona: Herder Editorial, 2010.
HOBUSS, João F. N. Introdução à história da filosofia antiga [on line]. Pelotas: NEPFIL online, 2014. (Série Dissertatio-Filosofia).
MIOTTI, Charlene M. Deus mora dentro de nós: a fé laica de Sêneca na Carta 41. Prometeus, Ano 7, n. 15, p. 175-180, jan./jun., 2014. Acesso em 03/11/2017.
MOREIRA-ALMEIDA, Alexander; LUCCHETTI, Giancarlo. Panorama das pesquisas em ciência, saúde e espiritualidade. Ciência e Cultura, vol. 68, n. 1, p. 54-57, jan./mar. 2016. Acesso em 20/12/2017.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia: de Spinoza a Kant. São Paulo: Paulus, 2005. Vol. 4.
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