PACTO PELA SAÚDE

O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais do SUS que deve ser revisado anualmente, pactuado entre as três esferas de gestão - União, Estados e Municípios e estabelece metas e compromissos para cada ente da federação. Entre as prioridades definidas estão a redução da mortalidade infantil e materna, o controle das doenças emergentes e endemias (como dengue e hanseníase) e a redução da mortalidade por câncer de colo de útero e da mama, entre outras. O Pacto pela Saúde implica no exercício simultâneo de definição de prioridades articuladas e integradas nos três componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS (BRASIL, 2006, p. 03).

O Pacto é resultado de muitas discussões desde 2003, quando o CONASS [Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde], solicitou ao Ministério da Saúde - MS revisão dos processos normativos do SUS. Os gestores compreendiam que as normativas do SUS deveriam contemplar a diversidade do Brasil e novas normativas teriam que contemplar os princípios do SUS, sob a égide da responsabilidade sanitária, adequada à realidade de cada Estado e região do país, integrando ações de promoção à saúde, atenção primária, assistência de média e alta complexidade, epidemiologia e controle de doenças, vigilância sanitária e ambiental; a reafirmação da importância das instâncias deliberativas CIB [Comissão Intergestores Bipartite] e CIT [Comissão Intergestores Tripartite], e o fortalecimento do controle social (MACHADO, et. al., 2009, p. 182)


O Pacto pela Saúde integra o conjunto de iniciativas legais em conjunto com a Lei 8.080/90 (www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm) que expressa a conquista dos direitos individuais e coletivos previstos na Constituição Federal de 1988, que considera a saúde como um direito universal e prevê a igualdade do acesso aos serviços de saúde e “constitui, atualmente, a mais nova estratégia para a racionalização das ações e serviços em saúde no Brasil” (FADEL, et. al., 2009, p. 454).

(FADEL, et. al., 2009, p. 450)

Carvalho, et. al., (2012, p. 903) propõe o seguinte quadro para descrever, de forma sucinta, os componentes do Pacto pela Saúde e os instrumentos/ processos para a sua implantação.

O Ministério da Saúde lançou uma coletânea que objetiva difundir políticas, instrumentos e orientações para apoiar a gestão na implantação de inovações advindas com o Pacto pela Saúde. São elas:

Pacto pela Vida, em Defesa e Gestão do SUS

O Pacto pela Vida estabeleceu como prioridades: saúde do idoso; câncer de colo de útero e de mama; mortalidade infantil e materna; doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; promoção da saúde e fortalecimento da atenção básica à saúde (BRASIL, 2006, p. 02). O Pacto em Defesa do SUS busca consolidar a política pública de saúde como uma política de Estado e não de governo e suas prioridades são: “implementar um projeto permanente de mobilização social com a finalidade, entre outras, de mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema público universal e elaborar e divulgar a Carta dos direitos dos usuários do SUS” (MACHADO, et. al., 2009, p. 183; FADEL, et. al., 2009). Já o Pacto de Gestão do SUS visa tornar mais claro as atribuições e dar maior autonomia aos Estados e Municípios, definindo responsabilidades em cada esfera de governo, com ênfase na “Descentralização; Regionalização; Financiamento; Programação Pactuada e Integrada; Regulação; Participação e Controle Social; Planejamento; Gestão do Trabalho e Educação na Saúde” (BRASIL, 2006, p. 03).

Referências

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 48. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2015.

____. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 399 de 22 de fevereiro de 2006. Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto. Diário Oficial da União, 2006. Acessado em 05/05/2015.

CARVALHO, André Luís B de. [et. al.]. A gestão do SUS e as práticas de monitoramento e avaliação: possibilidades e desafios para a construção de uma agenda estratégica. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 4, p. 901-911, abr. 2012. Acesso em 23/02/2018.

FADEL, Cristina Berger [et al]. Administração pública: o pacto pela saúde como uma nova estratégia de racionalização das ações e serviços em saúde no Brasil. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, 43(2), p. 445-456, mar./abr. 2009. Acessado em 02/09/2014.

MACHADO, Rosani Ramos [et. al.]. Entendendo o pacto pela saúde na gestão do SUS e refletindo sua implementação. Revista Eletrônica de Enfermagem, 11(1), p.181-187, 2009. Acessado em 02/09/2014.