FILOSOFIA INDÍGENA E EDUCAÇÃO: BREVES APONTAMENTO
FILOSOFIA INDÍGENA E EDUCAÇÃO: BREVES APONTAMENTO
TRABALHO APRESENTADO no V Congresso Internacional da SOFIE, em setembro de 2024
por Alexsandro M. Medeiros
lattes.cnpq.br/6947356140810110
Grupo de Trabalho (GT): A Pluralidade da Filosofia da Educação
RESUMO
Em março de 2008 foi aprovada a Lei 11.645 que alterou a Lei 10.639 de 2003 e passou a incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade, além da temática da História e Cultura Afro-Brasileira (Lei 10.639), também a História e Cultura Indígena. Referindo-se à Lei de 2003 a qual podemos incluir também a alteração dada pela Lei de 2008, Machado (2019) em sua tese de doutorado sobre a filosofia africana pondera que filosofia não pode ficar indiferente a este conhecimento e que sendo a obrigatoriedade da Lei 10.639/2003 transversal a todas as áreas do conhecimento, a filosofia não foge da obrigatoriedade em implementá-la. Tratando de forma mais específica da educação indígena, sabemos como a visão etnogênica (pautada sob a ótica do positivismo e do evolucionismo, onde índios e negros significavam o estágio selvagem e inferior da humanidade), resultou em uma violência não apenas física, como aponta Nogueira (2015), mas simbólica e cultural do colonizador com a tentativa de “civilizá-los”, considerando assim suas culturas como algo sem valor. Desta forma, o objetivo desta comunicação é destacar a importância de uma Filosofia Indígena e Ameríndia, a partir do protagonismo de autores indígenas como Ailton Krenak, que recentemente foi empossado como o primeiro indígena membro da Academia Brasileira de Letras. Krenak (2022) tem se destacado, entre outras coisas, por sua defesa dos saberes da ancestralidade dos povos originários e consequentemente pela crítica a expansão da violência simbólica que os atinge diretamente. De onde podemos pensar a grande importância da educação (e com ela, da própria filosofia), em redimensionar o futuro, se contrapondo “aos processos coloniais de inferiorização racial, epistêmica e ontológica que hierarquizam humanidades” (Reis, 2023, p. 5). Temos aqui a possibilidade de pensar uma perspectiva ampliada de filosofia que não se restringe apenas ao modelo eurocêntrico hegemônico de visão de mundo mas que nos permite, igualmente, empreender uma reflexão sobre o homem, seus valores, o meio ambiente, a arte, a educação, a cultura e até questões epistemológicas e ontológicas.
Palavras-chave: Filosofia Indígena, Educação, Ailton Krenak, Povos Originários.
Referências Bibliográficas
Krenak, A. Futuro ancestral. Companhia das Letras, 2022.
Machado, A. F. Saberes ancestrais femininos na filosofia africana: poéticas de encantamento para metodologias e currículos afrorreferenciados. 2019. 268 f. Tese (Doutorado em Educação), Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE, 2019.
Nogueira, R. Introdução à Filosofia a partir da História e Culturas dos Povos Indígenas. Revista Interinstitucional Artes de Educar, v. 1, n. 3, p. 394-407, 2015. Disponível em: <https://doi.org/10.12957/riae.2015.23786>. Acesso em 10 abr. 2024.
Reis, D. dos S. (2023). Educação e ancestralidade em contratempo: Nos rastros de Ailton Krenak. Cadernos de Pesquisa, v. 53, p. 1-5, 2023. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1980531410377>. Acesso em 10 abr. 2024.
O EVENTO NÃO PUBLICOU O TRABALHO COMPLETO EM ANAIS, ENTRETANTO, DISPONIBILIZAMOS A SEGUIR O TEXTO DO TRABALHO APRESENTADO: Filosofia Indígena e Educação: Breves Apontamentos