FILOSOFIA EXISTENCIALISTA E LITERATURA ENGAJADA: ENTRE SARTRE E SIMONE DE BEAUVOIR

Artigo publicado na Revista de Filosofia da Região Amazônica: Clareira.

por Alexsandro M. Medeiros

lattes.cnpq.br/6947356140810110

e Luana Pantoja Medeiros


Resumo
Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir são dois autores consagrados conhecidos por suas reflexões sobre a existência humana. Tanto suas obras filosóficas como seus romances exploram os dilemas existencialistas da liberdade, da ação e da responsabilidade individual, do engajamento político ou as teses existencialistas segundo as quais cada pessoa é responsável por aquilo que faz. A convivência de Simone com Sartre e a convicção que alimentava das ideias existencialistas levaram-na a adotar esta filosofia. Tal como Sartre, Simone é uma “filósofa-escritora” que introduz e discute conceitos filosóficos em suas narrativas literárias. Suas ideias abriram, por assim dizer, a formulação de um “projeto” de “mulher-sujeito” que almeja “ser libertada das limitações sociais do seu sexo biológico” tornando-se uma referência para os movimentos feministas desde a década de 60 até os dias atuais. E Sartre é um intelectual engajado. Engajamento que é tanto filosófico, quanto político e literário. Para Sartre o escritor deve dar à literatura uma função social, tanto quanto o intelectual engajado, que deve superar a antinomia entre a palavra e ação, representando a “subjetividade” de uma sociedade em revolução permanente. Quando um escritor descreve uma cena, ele pode mostrar o símbolo das injustiças sociais, da miséria, provocar nossas emoções, nossa indignação, cólera etc. Escrever é desvendar o mundo, mas o mundo real só se revela na ação e, por isso, impõe a noção de engajamento. Por essa razão um escritor “deve engajar-se inteiramente nas suas obras” e é esta ideia, de um engajamento literário que tem como base a filosofia existencialista de Sartre e Simone que iremos abordar neste artigo.

 

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