ESPIRITUALISMO


Embora a contemporaneidade possa ser considerada como uma época de ceticismo e incerteza, as ideias espiritualistas se fizeram, de alguma forma, presentes, embora em menor escala dentro da tradição filosófica.

 

O filósofo francês Henri Bergson (1859-1941) é considerado como “o Davi destinado a matar o Golias do materialismo” (Durant, 1996, p. 331). Bergson procurou dar uma resposta ao materialismo vigente na época com uma concepção espiritualista de evolução se opondo a todos os que pretendiam reduzir o psíquico ao meramente cerebral. Na contemporaneidade, Bergson inovou a metafísica com sua obra As duas fontes da moral e da religião, onde aborda temas como a metafísica, a religião, a moral, a vida social e a antropologia filosófica.

 

Se a filosofia no século XX, “com a popularidade do existencialismo ‘ateísta’, do marxismo, do estruturalismo e da filosofia analítica “positivista”, que acreditava que o único discurso sensato era o das ciências exatas” (Grondin, 2019, p. 57, tradução nossa), acreditou poder excluir a questão de Deus, observamos também um movimento na direção oposta, e para alguns até surpreendente, que é o retorno da religião como tema de interesse digno da filosofia. Um renascimento da filosofia da religião que, segundo Grondin (2019, p. 58, tradução nossa), “foi acompanhado de uma renovação da pesquisa em metafísica”. Além de Bergson, outros autores que contribuíram para esse renascimento da filosofia da religião foram: Teilhard de Chardin e Pietro Ubaldi.

 

 

Referências

 

DURANT, Will. A História da Filosofia. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996.

 

GRONDIN, J. La religion dans la philosophie et la philosophie dans la religion. Théologiques, v. 27, n. 1, p. 57-66, 2019. Acesso em: 23 set. 2023.