Sócrates e a Educação

Sócrates não nos deixou nenhuma obra sobre educação. Na verdade, Sócrates não deixou nada escrito. E mesmo nas obras de Platão, através das quais temos a principal fonte de conhecimento sobre a figura de Sócrates, não vemos o filósofo tratar especificamente do tema da educação. O que nos leva, portanto, a discutir esse tema? Embora Sócrates não tenha deixado para nós nenhum ensinamento específico sobre a educação a sua forma de filosofar possui claramente uma dimensão pedagógica.

A dimensão pedagógica do modo socrático de filosofar se dá através do diálogo que Sofiste (2007, p. 45-46) destaca as seguintes características:

 

a) Estrutura-se na arte da pergunta e da resposta. b) Responde a um modo de pensar aberto, isto é, não dogmático. c) Busca a comunicação uma vez que: d) O tema em pauta: os dialogantes estão conscientes do tema sob o qual estão discorrendo. e) Ouvir atencioso: o diálogo supõe a comunicação entre os dialogantes e para tal é necessário ouvir a fala, argumentos, razões etc., do outro. f) Falar claramente, como o meio de facilitar ser ouvido. g) Delimitação do tema em pauta, ou seja, sob quais princípios será analisado.

 

Em sua obra, Sofiste (2007) se propõe abordar “o filosofar segundo o método socrático [...] buscando suas dimensões pedagógicas” (SOFISTE, 2007, p. 21), considerando que “os princípios pedagógicos e metodológicos da docência de filosofia à moda socrática são a investigação e o diálogo” (SOFISTE, 2007, p. 19 – grifos do autor). A ideia de uma Investigação Dialógica que dá título à obra de Sofiste tem como base a perspectiva de uma pedagogia socrática que se baseia no princípio de que “o diálogo e a investigação são os princípios pedagógicos e metodológicos usados por Sócrates” (SOFISTE, 2007, p. 47)[1]. Além disso: “a docência de filosofia ao modo socrático proporciona o exercício da racionalidade filosófica, isto é, o colocar em ação as habilidades e competências, tais como investigar, raciocinar, conceituar, interpretar” (SOFISTE, 2007, p. 45).

O método socrático de conduzir uma investigação através do diálogo se realiza através da ironia e da maiêutica:

 

A palavra ironia (eironéia) não se trata de constrangimento, de deboche, mas de instrumento de aporia, de exame e entendimento, pois deriva da palavra grega eirein, ou seja “dizer” sobre as coisas, purificando o pensamento. Após esta fase, entra-se no processo de gestação e parto com a maiêutica (maieutiké), pois é preciso dar luz às novas ideias (SILVEIRA, 2014, p. 111).

 

E qual é o papel do educador senão o de ajudar seus alunos a dar à luz novas ideias? O processo de partejamento de ideias se inicia com a ironia. Em seguida, através da maiêutica “Sócrates ajudará seus discípulos a conceber as ideias” (TEIXEIRA, et al., 2015, p. 50).

É na obra Teeteto que Sócrates fala da sua maiêutica:

 

SÓCRATES – Minha arte de obstetra possui todas as outras características que competem às parteiras, mas delas difere pelo fato de que serve como parteira para os homens e não para as mulheres, e se aplica a suas almas parturientes, não aos corpos. E existe isso de absolutamente grande na minha arte: ser capaz de pôr à prova de todo modo se o pensamento do jovem pare um fantasma e uma falsidade, ou um quê de vital e de verdadeiro (apud REALE; ANTISERI, 2003, p.114).

 

Além da ironia e da maiêutica, é preciso acrescentar no método socrático o princípio da refutação que: “consiste em um jogo de perguntas e de respostas sobre determinado tema, ao fim do qual fatalmente se optava pela rejeição de determinada tese ou afirmação, depois de constatada a sua inconsistência ou incoerência lógica” (FERREIRA; FERREIRA, BATISTA, 2010, p. 51).

Na medida em que Sócrates interpela seus interlocutores, ele “levanta dúvidas, solicita pesquisa, dirige, problematiza etc., por meio do diálogo” (CAMBI, 1999, p. 88).

Sistematizando o Método 

A maiêutica é o momento final do método dialógico socrático, que se inicia primeiro com a ironia, em seguida temos a refutação, para só então chegar ao parto das ideias.

“O primeiro momento, (i) a ironia, resulta de uma dissimulação da parte de Sócrates, que ‘reconheceria’ seu não saber, ‘o sei que nada sei’ (Apologia 21d, República 354c), onde ele se traveste de alguém que ignora o que está sendo sustentado pelo interlocutor” (HOBUSS, 2014, p. 90). É uma espécie de estratégia utilizada por Sócrates, o primeiro passo visando conduzir seu interlocutor ao reconhecimento do seu não saber, o que ocorrerá após a refutação dos argumentos.

É comum vermos Sócrates, nos diálogos de Platão, em seus encontros com os Sofistas como Hípias, Protágoras, Górgias, Cálicles, Trasímaco, empenhando-se em demonstrar que o conhecimento de seus interlocutores é aparente e inconsistente e é nesse ponto que encontramos a aplicação dos princípios do método socrático: “a admissão (de certo modo “irónica”) da própria ignorância, que induz os parceiros a fornecer soluções para as questões que se vão enfrentando, e a célebre refutação (elenchos), quer dizer, a tática que visa a demonstração da inconsistên­cia destas respostas” (DONINI; FERRARI, 2012, p. 79). Sobre os chamados diálogos elênticos (JAEGER, 1995, p. 597) afirma que “Não é só em um diálogo, mas normalmente em todos estes diálogos curtos, que falta a conclusão esperada”. Se não se chega a nenhum resultado conclusivo nas conversas é porque pretende “pôs-nos nas mãos um enigma, deixando a nós resolvê-lo, pois entende que a solução se encontra de um modo ou de outro ao nosso alcance” (JAEGER, 1995, p. 597-598).

Temos como exemplo o diálogo Górgias cujo tema central é a retórica (JAEGER, 1974). Nele encontramos refutações feitas aos argumentos de Górgias e Cálicles sobre a vergonha e a verdade moral, além de opor à concepção falsa ou sofística de política como simulacro do bem, injusta e desordenada, a concepção de política verdadeira ou filosófica. Mendoza (2008, p. 83 – tradução nossa) destaca deste diálogo as ideias que podem ser analisadas a partir do elenchos:

 

“‘se deveria evitar cometer uma injustiça mais do que sofrê-la’, ‘o homem deve procurar o bem, público e privado, e não apenas aparentar sê-lo’, ‘se deveria usar a retórica apenas para fins justos, tanto quanto procurar que assim seja a própria conduta, ‘devemos evitar a adulação própria e dos demais’”.

 

A refutação é o momento em que há a desconstrução, “a par destruens do método” (REALE; ANTISERI, 2007, p. 102), das teses sustentadas pelo interlocutor, apontando seus paradoxos e contradições, passando a reconhecer os limites de seus argumentos. Sobre a refutação assim se expressa Vlastos (1983, p. 39 apud MENDOZA, 2008, p. 85 – tradução nossa):

 

1) O interlocutor afirma uma tese “p”, a qual Sócrates considera falsa e aponta a sua refutação.

2) Sócrates busca um acordo para posteriores premissas, diz “q” e “r” – proposições. O acordo é ad hoc: Sócrates argumenta desde “q” e “r” contra “p”.

3) Então Sócrates argumenta, e o interlocutor aceita, que “q” e “r” implica “não-p”.

4) Por conseguinte, Sócrates assinala que “não-p” há sido provado como verdadeiro, quer dizer, que “p” é falso.

 

Sócrates forçava a uma definição do tema objeto de investigação que será considerada como falsa após serem reveladas suas contradições. Sócrates exortava o interlocutor a uma nova definição que seria criticada e refutada com o mesmo procedimento, até o momento em que o interlocutor reconhecia sua ignorância. 

Finalmente a maiêutica, o momento em que “Sócrates se apresenta como um parteiro da verdade que se encontra na alma (ver Teeteto 148e – 151d)” (HOBUSS, 2014, p. 91). É a parte construtiva do diálogo: “Sócrates punha em ação a pars construens do seu ensinamento e, sempre mediante perguntas e respostas, conseguia fazer nascer a verdade na alma do dialogante, quando esta dela estava grávida” (REALE; ANTISERI, 2007, p. 92).

Na Atenas de 2500 anos atrás, Sócrates saia pelas praças, pelo mercado, nas reuniões com seus discípulos e conhecidos, a sondar a alma humana, interrogando, questionando sobre suas crenças e convicções, sobre a justiça. Sócrates “lhes perguntava, tranquilo: tò tí? – o que é isso? [...] O que entendem por honra, virtude, moralidade, patriotismo?  O que entendem por você mesmo? Era com tais questões morais e psicológicas que Sócrates adorava lidar” (DURANT, 1996, p. 28). O diálogo socrático também tinha como objetivo não apenas alcançar o perfeito conhecimento de si mesmo, mas também alcançar o perfeito conhecimento das coisas, principalmente aquilo que diz respeito às virtudes. Sócrates, por meio do diálogo, procura mostrar nossa ignorância em relação aquilo que acreditávamos ter como certo e reconstrói o saber, na procura da definição do conceito:

 

A concepção filosófica de Sócrates pode ser caracterizada como um método de análise conceitual. Isso pode ser ilustrado pela célebre questão socrática ‘o que é...?’... através do qual se busca a definição de uma determinada coisa, geralmente uma virtude ou qualidade moral”. (MARCONDES, 2002, p. 46).

 

Afinal, que definição podemos dar de coragem, justiça, dever, liberdade?

É importante notar que para Sócrates, uma melhor compreensão das coisas (e da vida) só pode ser resultado de um processo de reflexão do próprio indivíduo, que descobrirá, a partir de sua experiência, o sentido daquilo que se busca. Trata-se de um exercício intelectual em que a razão humana deve descobrir por si mesma aquilo que busca. Através do diálogo Sócrates objetivava fazer com que seus interlocutores justificassem seus conhecimentos sobre as virtudes ou as habilidades segundo as quais uma coisa era julgada como tal. Frequentemente, nestes diálogos, acontecia de Sócrates tornar patente a fragilidade das opiniões de seus interlocutores, a inconsistência de seus argumentos, a obscuridade de seus conceitos. Evidenciava-se a ignorância. Aquilo que as pessoas tomavam como certo e aceito, Sócrates as fazia reconhecer que na realidade nada sabiam.

Para aqueles que sabiam reconhecer sua própria ignorância, isto poderia representar uma oportunidade de verdadeiro renascimento: o renascer de si mesmo, na própria consciência, de que por mais que saibamos ou acreditemos saber de uma coisa, é praticamente nada, diante daquilo que nada sabemos.

Para outros, porém, isto poderia representar uma humilhação o que fez de Sócrates popular entre uns, e odiado por outros, como ressalta Diógenes Laércio, em sua Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres (1977, livro I, cap. 5, 21 apud GOTO, 2010, p. 115):

 

Frequentemente sua conversa nessas indagações tendia para a veemência, e então seus interlocutores golpeavam-no com os punhos ou lhe arrancavam os cabelos; na maior parte dos casos Sócrates era desprezado e ridicularizado, mas tolerava todos esses abusos pacientemente. Incidentes desse tipo chegaram a tal ponto que certa vez, suportando com a calma habitual os pontapés que recebera de alguém, a uma pessoa que manifestou admiração por sua atitude o filósofo respondeu: “Se eu recebesse coices de um asno, levá-lo-ia por acaso aos tribunais?”

 

Sócrates não era um educador no sentido contemporâneo do termo, mas a sua forma de fazer filosofia são próprias de alguém preocupado com o conhecimento e a busca pelo saber. “Ao frequentar a Praça de Atenas (Ágora), o filósofo indagava os cidadãos que ali passavam, perguntava sobre vários assuntos, como política, economia, religião, conhecimento etc.” (TEIXEIRA, et al., 2015, p. 45). Essa atitude problematizadora, questionadora, é a atitude de alguém preocupado em tornar as pessoas críticas, conscientes de seu saber ou, para ser mais preciso, conscientes de sua ignorância. A atividade filosófica de Sócrates se transforma em ação educativa, baseada no diálogo e em “um aprofundamento cada vez maior dos conceitos para chegar a uma formulação mais universal e mais crítica” (CAMBI, 1999, p. 88). A filosofia de Sócrates se dirigia a “todos aqueles que amavam o conhecimento e queria aprender mais, porém o filósofo não ensinou somente ideias, ele ensinou como construí-las” (TEIXEIRA, et al., 2015, p. 45).

É através do diálogo que Sócrates conduz seus amigos e discípulos ao aprendizado, incitando-os à reflexão sobre os conceitos, como percebemos nos diálogos escritos por Platão.


 

Amante de uma boa conversa e sempre disposto a tal, andava constantemente à procura de alguém com quem pudesse dialogar e, assim, nunca se furtava à tarefa de auxiliar os indivíduos a refletirem por si mesmos, concebendo, ao final, os seus próprios pensamentos – nisso consistia a sua maiêutica – de igual maneira, seus questionamentos incisivos e inquietantes ridicularizavam aqueles que se arvoravam sábios, reduzindo-os à vergonha, uma vez forçados a admitir a própria ignorância – eis a índole de sua ironia – por isso, Sócrates tornou-se o modelo insuperável de humildade intelectual, haja vista que nunca se pronunciou como um sábio, já que percebia que aquilo que de fato sabia era que não sabia (FERREIRA; FERREIRA, BATISTA, 2010, p. 62).

 

Dos diálogos platônicos chamados de socráticos, o tema da educação aparece, por exemplo, no Laques. “Ainda na primeira fala é anunciada por Lisímaco o tema central do diálogo: a educação dos filhos. O que os jovens devem aprender? O combate com as armas? Que exercícios são aconselháveis? Que disciplinas?” (SOFISTE, 2007, p. 57). Todavia, é preciso fazer aqui uma ressalva pois, embora o diálogo principie com a questão da educação dos filhos, o seu tema central é a discussão sobre a virtude da coragem. Embora o diálogo tenha início com o tema da educação dos filhos, o que realmente dá prosseguimento ao diálogo é saber se constitui uma disciplina apropriada ensinar os jovens a combater com as armas. Além disso, após os interlocutores do diálogo definirem que é necessário saber o que é a virtude e de que modo se pode dar conselhos a alguém sobre a melhor maneira de se alcançar, a primeira virtude a ser analisada é a coragem. 

O método de Sócrates nos chamados diálogos socráticos 

Os diálogos socráticos são as primeiras obras escritas por Platão, quando ele ainda era jovem, e que se supõe estar ainda sob a influência de seu mestre Sócrates. Sócrates aparece como personagem principal dos diálogos, que são: Apologia de Sócrates (ou sobre a Defesa de Sócrates); Críton (ou sobre o Dever); Íon (ou sobre a Ilíada); Laques (ou sobre a Coragem); República I  (note que é só o livro l que aparece nesta classificação); Lísis (ou sobre a Amizade); Carmides (ou sobre a Temperança); Eutífron (ou sobre a Piedade); Hipias Maior (ou sobre a Beleza); Hipias Menor (ou sobre a Falsidade); Menon (ou sobre a Virtude); Banquete (ou sobre o Amor); Fédon (ou sobre a Alma).

Nos diálogos socráticos há, geralmente: 1) delimitação do tema; 2) definição de critérios para a investigação do tema; 3) uma primeira conceituação do tema, geralmente dada pelo interlocutor; 4) concordância ou discordância (em parte ou total); 5) continuidade do diálogo com base em perguntas e inferências, por meio do qual se procede a análise do conceito e das definições, e ver sua consistência; 6) diante de qualquer inconsistência, o tema é recolocado em novos termos, com o objetivo de melhorar sua definição.

Tomemos mais uma vez o diálogo Laques pois, nele, Sócrates nos dá um exemplo do seu método, insistindo na necessidade de precisão dos conceitos, no caso em questão o conceito de coragem (1 – delimitação do tema).

Ao fazer um exame da definição de coragem, empreendida por Laques[2] e analisada por Sócrates, ambos examinam o que ela é, de que modo ela pode ser dada aos jovens e em que medida ela pode provir de exercícios e de que matérias de estudo.

Laques é quem dá uma primeira definição da coragem, como sendo aquele que toma a decisão de enfrentar o inimigo sem se ausentar, na linha de combate (3 – primeira conceituação dada pelo interlocutor). Mas diante desta resposta, que Sócrates considera incompleta, o diálogo continua para saber não o que é a coragem em uma situação específica, como a coragem na guerra, mas o que é a coragem em todas as suas dimensões (4 – discordância).

Sócrates exige uma definição mais profunda (5 – continuidade do diálogo), pois a definição dada por Laques parece estar no nível do senso comum e o conhecimento filosófico supõe a superação deste nível de entendimento “e, para tal, Sócrates com seus procedimentos demonstra a) a fragilidade do mesmo e b) a necessidade de aperfeiçoá-lo” (SOFISTE, 2007, p. 65).

No procedimento de Sócrates estão presentes a ideia de que o conhecimento não é uma doação do mestre ao discípulo, pois Sócrates não procura dar respostas prontas e acabadas a nenhuma pergunta que formula, deixando que o seu interlocutor seja protagonista e construa, ele mesmo, uma definição do conceito em análise, quase que obrigando o seu interlocutor a pensar por si mesmo. Trata-se, com efeito, de um recurso didático para a construção do conhecimento de alguém que não assume uma postura conclusiva.

No decorrer do diálogo surge um novo interlocutor Nícias. Ele foi convidado a participar do diálogo como um pedido de socorro, para que ele ajude a encontrar uma definição mais precisa da coragem. Após aceitar o convite, Nícias define a coragem relacionando com a sabedoria, pois o corajoso, evidentemente, deve ser sábio, pois deve ter sabedoria diante do que é perigoso e do que é favorável, seja na guerra ou em outras circunstâncias (6 – o tema é recolocado em novos termos). Mas desta vez é Laques quem discorda da definição do amigo. Diante das discordâncias, Sócrates precisa acalmar o ânimo de todos, pois a polêmica entre Laques e Nícias (195d – 196d) parece longe de ter um fim e aqui temos novos elementos para se pensar a Investigação Dialógica socrática: em meio a um diálogo, deve-se estar disposto a ouvir a opinião da outro, mesmo que com ela não se concorde, deve-se estar aberto para aprender com o outro, caso o seu argumento seja melhor que o nosso, pois em um diálogo, a construção do conhecimento é um processo coletivo. A discordância implica na necessidade de novas interpelações, de novas explicações, justificativas, exemplos, mas em uma atitude de total respeito pela opinião do outro.

É assim que com seu método, “Sócrates nos ensina a pensar, ‘investiguemos juntos’ e ‘vamos aonde nos levar o logos’, ou seja, a razão dialógica, são suas palavras de ordem. Pensar é propor problemas e buscar solucioná-los” (SOFISTE, 2007, p. 65).

Em Sócrates, o filósofo e o educador se convertem em agentes do diálogo, sendo este um ponto essencial tanto para a filosofia quanto para a educação. Ambas devem se servir do diálogo. “Sócrates é, por excelência, o filósofo e o educador do diálogo” (FERREIRA; FERREIRA, BATISTA, 2010, p. 63).

Referências Bibliográficas 

CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: Editora UNESP, 1999, 701p. (Encyclopaidéia)

 

FERREIRA, Stephânia B.; FERREIRA, Dayana V.; BATISTA, Gustavo A. Sócrates: a defesa da filosofia aplicada à educação para a vida reflexiva – algumas considerações para a autoformação ético-política do educador. Cadernos da FUCAMP, n. 10, v.12, p.49-64, 2010. Acesso em: 12 nov. 2018.

 

MATOS, Polyana Gomes. Investigação Dialógica: proposta de transformação social da educação [on line]. Juiz de Fora-MG, 2011. Acesso em: 11 nov. 2018.

 

REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia: Filosofia Pagã Antiga. 3. ed. São Paulo: Paulus, 2003.

 

SILVEIRA, Carlos Roberto da. A Educação Socrática como “Modo de Vida”: a Imagem do “Cuidado de Si” na Beleza Poética do Sátiro. Horizontes, v. 32, n. 2, p. 109-119, jul./dez., 2014. Acesso em: 11 nov. 2018.

 

SOFISTE, Juarez Gomes. Sócrates e o ensino da filosofia: investigação dialógica: uma pedagogia para a docência de filosofia. Petrópolis-RJ: Editora Vozes, 2007.

 

TEIXEIRA, Miguel H. B. [et al]. A contribuição de Sócrates para o método de ensino-aprendizagem a distância. Revista Científica UNAR, v.11, n.2, p. 43-52, 2015. Acesso em: 12 nov. 2018.

notas

[1] sobre a proposta de investigação dialógica, ver também: Matos, 2011.

[2] Laques foi um importante general que combateu na Guerra do Peloponeso, morto na Batalha de Mantineia, em 418a.C.